



Tradição: Mulheres já não usam o nome do Marido

Mais de 25 mil mulheres que casaram este ano não adoptaram o apelido do marido.
Dos 42.467 casamentos civis que se realizaram em 2010, este ano, 25.733 noivas não quiseram usar o apelido do seu noivo.
Uma das causas desta tendência, poderá, segundo sociólogos, dever-se à maior instabilidade do casamento.
Esta tendência tem vindo a tomar relevância nos últimos 5 anos, tendendo a acentuar-se nos próximos anos, devido às expectativas de carreira das mulheres, que pretendem afirmar-se e demarcar-se pelo seu nome, considera o sociólogo Fausto Amaro.
A decisão de não adoptar o apelido do marido já representa 61% dos casamentos civis registados em 2010, enquanto no ano passado o número de mulheres sem apelido dos maridos representava 59% das uniões. Em 2008 eram 58%.
O inverso também existe. Ao passo que as mulheres cada vez mais recusam a adopção do apelido do marido, eles começam a fazer o inverso. Pelo menos este ano, 157 homens quiseram ficar com o último nome da mulher, sem que ela tivesse adoptado o dele. Outro dado curioso é o facto de 1634 casais decidirem ter adoptado o apelido um do outro.
As causas parecem claras para os especialistas, com o aumento dos divórcios, a tendência é para que a mulher deixe de adoptar o nome do marido e que cada um continue com o seu nome. A preferência em manter o seu nome deve-se, no entender de Fausto Amaro, ao facto de a "relação conjugal se ter tornado mais instável".
Conclui ainda o sociólogo que, o facto de um terço dos casais já viverem juntos antes da cerimónia com os nomes diferentes, leva-os a manter-se assim depois de casar.
Em Portugal, o custo da adopção de um apelido ronda os 200 euros. Em 2010, foram realizados 42 467 casamentos civis, até à data.
17-12-2010